Acho que já não é segredo para os poucos que seguem meu blog que eu tenho algum interesse por o que eu chamo de "cultura política", ou seja, gosto de livros, filmes, quadrinhos e seja lá o que for que me dê algo para pensar, criticar e me indignar, ou seja, que provoque alguma mudança (e que seja pra melhor, por favor).
Hoje quero falar de um dos primeiros quadrinhos que me ensinou a tomar gosto por esse caminho, e tenho certeza que também deve ter feito parte da infância e adolescência de muitas pessoas, incitando muitos filhos a fazerem perguntas indigestas para seus pais e professores (bom, pelo menos comigo foi assim..).
Apesar do fracasso inicial, um amigo de Quino que trabalhava no “Primera Plana" acreditou que as tirinhas poderiam ter algum sucesso entre o seu público-alvo. Dessa forma, a primeira tirinha foi publicada em 29 de setembro de 1964, circulando até 1973, aonde também figurou no “El Mundo” e “Siete Días Ilustrados”, além do já citado “Primera Plana".
Nas tirinhas, Quino ilustrou uma família tradicionalmente argentina, e coube a Mafalda, uma menina de 7 anos fazer o papel da "contestadora" da família. Apesar da pouca idade, ela tem grande interesse na política mundial, desde os conflitos político-ideológicos inerentes à Guerra fria, até as questões envolvendo a China e no Vietnã, mesmo sem entender porque os conflitos acontecem, ou como o sistema funciona. Apesar dos temas adultos, Mafalda como toda boa criança odeia sopa, ama os Beatles e acredita nos rei magos.
Um dos aspectos mais interessantes das tirinhas da Mafalda, é que Quino com seus personagens conseguiu ilustrar de maneira simples os grandes esteriótipos da sociedade argentina na década de 60: Manolito, o filho do empreendedor que já sabe que quem manda no mundo é o dinheiro, e por isso mesmo acha que comunismo é coisa do capeta, Susanita, a menina que só tem como objetivo na vida casar, ter filhos e permanecer na classe média, Felipe, um sonhador que por vezes se apresenta apático, e a própria Mafalda, que lembra aquele pessoal meio revolucionário que tá sempre questionando tudo. O traço das tirinhas é bem simples, mas acho que equilibra um pouco, já que os temas tratados são sempre complexos..
A tirinha que eu mais gosto da Mafalda é aquela sobra a tradução da ONU, que infelizmente não achei numa resolução legal para postar. Eu ainda acho que resolvi cursar Relações Internacionais só por causa dessa tirinha... E quem sabe lá na ONU eu não resolvo fazer igual a ela...
Apesar das críticas, tanto para o mundo como para o país, Mafalda é uma personagem muito amada na sua terra natal. Em 2009, a personagem ganhou uma estátua "em tamanho real" em Buenos Aires. O prédio em que Quino morou na década de 60 (portanto, casa da Mafalda) ganhou até plaquinha para indicar a moradora ilustre.
Estátua da Mafalda e o criador da personagem, Quino
Plaquinha no prédio aonde Quino morou na década de 60
Sempre atual, antenada na "moda"
* Algumas informações foram retiradas dos seguintes sites:
http://www.mafalda.net/index.php/pt/a-historia-2
http://blogs.estadao.com.br/ariel-palacios/mafalda-ja-e-estatua/
E nesse tem praticamente todas as tirinhas da Mafalda:
http://clubedamafalda.blogspot.com/

Espero que gostem!!
Bjokas! ;P
* Algumas informações foram retiradas dos seguintes sites:
http://www.mafalda.net/index.php/pt/a-historia-2
http://blogs.estadao.com.br/ariel-palacios/mafalda-ja-e-estatua/
E nesse tem praticamente todas as tirinhas da Mafalda:
http://clubedamafalda.blogspot.com/
Espero que gostem!!
Bjokas! ;P