terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Toda Mafalda, sempre Mafalda

Acho que já não é segredo para os poucos que seguem meu blog que eu tenho algum interesse por o que eu chamo de "cultura política", ou seja, gosto de livros, filmes, quadrinhos e seja lá o que for que me dê algo para pensar, criticar e me indignar, ou seja, que provoque alguma mudança (e que seja pra melhor, por favor).

Hoje quero falar de um dos primeiros quadrinhos que me ensinou a tomar gosto por esse caminho, e tenho certeza que também deve ter feito parte da infância e adolescência de muitas pessoas, incitando muitos filhos a fazerem perguntas indigestas para seus pais e professores (bom, pelo menos comigo foi assim..).

A personagem "Mafalda", protagonista de uma longa série de quadrinhos, foi criada pelo cartunista argentino Quino, conhecido por seu humor inteligente, ácido e politizado. A princípio, as tirinhas foram criadas para servir como "publicidade subliminar" para a marca de eletrodomésticos Mansfield. Quino então cria os primeiros esboços de Mafalda junto com sua família, mas por motivos óbvios, os jornais recusaram as tirinhas, a Mansfield desistiu da campanha, e os esboços deste período nunca foram publicadas.
Apesar do fracasso inicial, um amigo de Quino que trabalhava no “Primera Plana" acreditou que as tirinhas poderiam ter algum sucesso entre o seu público-alvo. Dessa forma, a primeira tirinha foi publicada em 29 de setembro de 1964, circulando até 1973, aonde também figurou no “El Mundo” e “Siete Días Ilustrados”, além do já citado “Primera Plana".

Nas tirinhas, Quino ilustrou uma família tradicionalmente argentina, e coube a Mafalda, uma menina de 7 anos fazer o papel da "contestadora" da família. Apesar da pouca idade, ela tem grande interesse na política mundial, desde os conflitos político-ideológicos inerentes à Guerra fria, até as questões envolvendo a China e no Vietnã, mesmo sem entender porque os conflitos acontecem, ou como o sistema funciona. Apesar dos temas adultos, Mafalda como toda boa criança odeia sopa, ama os Beatles e acredita nos rei magos.


Com um perfil tão intenso, não foi à toa que na tradução italiana, a primeira a chegar na Europa, Mafalda foi chamada de "A Contestadora". Mafalda foi uma criação tão genial, que foi definida por Umberto Eco como uma “heroína enraivecida que rejeita o mundo tal como ele é [...] reivindicando o seu direito de continuar sendo uma menina que não quer se responsabilizar por um universo adulterado pelos pais”(ECO, 2003). E eu concordo com Umberto Eco quando ele diz que ela é a personagem dos anos 70. Eu não vivi aquela época, mas por tudo o que leio, Mafalda é a única tirinha desse período que me dá a sensação de temporalidade, mas que ao mesmo tempo toca em certas questões que continuam atualizadas, ao contrário de outros cartoons desta mesma época, que me parecem sempre plastificados pelo tempo e não me passam nenhuma sensibilidade, como o Charlie Brown, por exemplo. Num paralelo criado pelo próprio Umberto Eco, digamos que Charlie Brown leu revisionistas freudianos, e Mafalda, muito provavelmente, leu o Che. E talvez por ser uma personagem latino-americana, e por isso apresentar uma realidade muito semelhante a nossa, sempre me senti muito mais familiarizada lendo Mafalda do que outras tirinhas americanas.




Um dos aspectos mais interessantes das tirinhas da Mafalda, é que Quino com seus personagens conseguiu ilustrar de maneira simples os grandes esteriótipos da sociedade argentina na década de 60: Manolito, o filho do empreendedor que já sabe que quem manda no mundo é o dinheiro, e por isso mesmo acha que comunismo é coisa do capeta, Susanita, a menina que só tem como objetivo na vida casar, ter filhos e permanecer na classe média, Felipe, um sonhador que por vezes se apresenta apático, e a própria Mafalda, que lembra aquele pessoal meio revolucionário que tá sempre questionando tudo. O traço das tirinhas é bem simples, mas acho que equilibra um pouco, já que os temas tratados são sempre complexos..



A tirinha que eu mais gosto da Mafalda é aquela sobra a tradução da ONU, que infelizmente não achei numa resolução legal para postar. Eu ainda acho que resolvi cursar Relações Internacionais só por causa dessa tirinha... E quem sabe lá na ONU eu não resolvo fazer igual a ela...



Apesar das críticas, tanto para o mundo como para o país, Mafalda é uma personagem muito amada na sua terra natal. Em 2009, a personagem ganhou uma estátua "em tamanho real" em Buenos Aires. O prédio em que Quino morou na década de 60 (portanto, casa da Mafalda) ganhou até plaquinha para indicar a moradora ilustre.


                               Estátua da Mafalda e o criador da personagem, Quino


Plaquinha no prédio aonde Quino morou na década de 60

Achei importante falar sobre a Mafalda, não apenas por um momento "nostalgia da infância" que eu sei, é muito frequente nesse blog. Acho legal divulgar um pouco mais sobre ela e explorar o assunto, porque é nítido que nosso país criou uma geração excessivamente apática com relação a política. Eu não acredito que as tirinhas politizadas vão revolucionar o cenário político, tirar os corruptos do poder e colocar os bandidos na cadeia, afinal nem o próprio Quino acreditava que suas tirinhas tivessem poder para tanto. Porém, qualquer obra artística, seja uma novela, uma tirinha ou uma música, quando atinge um determinado nível de qualidade, tem poder de ao menos questionar certos valores, e daí, a partir do questionamento, gerar alguma mudança. Por isso acredito que ao menos no aspecto cultural, os brasileiros ainda precisam aprender muito com os argentinos. Não adianta só rir da própria desgraça como é de habito na nossa cultura. É necessário amadurecer as ideias, discutir e questionar!


                                        Sempre atual, antenada na "moda"


* Algumas informações foram retiradas dos seguintes sites:
http://www.mafalda.net/index.php/pt/a-historia-2
http://blogs.estadao.com.br/ariel-palacios/mafalda-ja-e-estatua/

E nesse tem praticamente todas as tirinhas da Mafalda:
http://clubedamafalda.blogspot.com/



Espero que gostem!!

Bjokas! ;P

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Chocolate, Dilma e marketing político nas redes sociais

Enfim chegou mais um feriado prolongado! Aproveito a folguinha de compromissos no trabalho e um breve descanso da faculdade para fazer uma das coisas que mais amo: escrever!!

Durante a semana passada, até o início desta, fizemos duas reflexões bastante interessantes em sala de aula para a matéria de Marketing. Na primeira, apresentei uma análise sobre o discurso de Dilma Rousseff, proposta bem interessante, já que pude notar que na internet há pouquíssimo material de qualidade disponível. Infelizmente, a análise dos grandes jornais, ao menos no meio eletrônico, deixaram muito a desejar. A outra reflexão é sobre o dilema das redes sociais na comunicação política, tema que me interessa bastante, e que vem se tornando um assunto cada vez mais relevante, desde a campanha presidencial de Obama até as mobilizações estritamente on-line algumas ONGs. Além do mais, sou usuária assídua de todas as redes sociais possíveis e imagináveis, com exceção do Twitter, que não tem jeito, não consigo ir com a cara dele (me responda, o que faço eu com 140 caracteres?). Portanto, essa reflexão uniu o útil ao agradável. É interessante analisamos o nascimento dessa “Nova Política 2.0”, e ver como ela vem se desenvolvendo, meio que perigosamente, num curto período de tempo.

Estas duas reflexões foram temas de avaliação da já citada matéria, porém como acabei escrevendo mais que o necessário para a avaliação, e acabei fugindo um pouco do tema proposto, me senti na obrigação de postar os dois trabalhos, para quem tiver a curiosidade de ler, concordar ou discordar com as minhas reflexões.


Aproveitem (ou não)!!


Kisses! Happy Easter ;D

Campanha Dilma - Um olhar sob a análise do discurso político

Ao contrário do que muitos esperavam, a campanha de Dilma, bem como seus discursos durante esse período, não foram embasados no passado difícil da candidata, que é ex-combatente da ditadura militar no Brasil, como foi, por exemplo, focado na campanha de Lula nas eleições de 2002, aonde era ofertado um candidato de origem humilde, vindo da classe operária, e que conhecia de perto as mazelas do povo. Sabe-se que um passado sofrido é um ótimo elemento de marketing político, pois dá a sensação de proximidade com os outros indivíduos que estão (ou estiveram) na mesma situação, o que garante uma parcela de votos. Tampouco a campanha focou no fato de existir a possibilidade de eleger a primeira mulher a ocupar o cargo mais alto da república. Tal estratégia não seria inteligente pelo fato de ter outra candidata concorrendo ao mesmo cargo, Marina Silva, do PV, que ao contrário de sua oponente, deu ênfase, além das questões ambientais, no fato de ser mulher, e possível representante do sexo feminino na presidência da república.

No entanto, Dilma Vana Rousseff, diferente de seus oponentes, contava com um trunfo extra. A candidata tinha a vantagem de ser a escolhida do único presidente da história do Brasil que ao final do mandato possuía mais de 80% de aprovação em território nacional. Portanto, a grande maioria de seus discursos foram voltados para a idéia de continuidade, ou seja, manter os projetos e programas do governo Lula, especialmente os assistenciais, que foram a grande bandeira do seu mandato, além do PAC e de muitos outros. Essa idéia de continuidade é apresentada no discurso de posse de Dilma, quando a já presidenta diz :"Venho para consolidar a obra transformadora do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, com quem tive a mais rigorosa experiência política da minha vida".

Falando a língua do marketing, pode-se dizer que Dilma Rousseff foi um produto pré-fabricado por Lula e sua cúpula, aonde pouco se ouviu a voz de Dilma, pouco se ouviu seus verdadeiros ideais, o que pensa, por si só, alem da muleta lulista sobre o futuro do Brasil em seus vários aspectos. Em comícios, a candidata falava, porém ainda falava pouco. Era sempre o Lula que falava mais e primeiro. Nos folders e campanhas publicitárias, ele sempre aparecia, o que acabava por ofuscar a imagem da candidata, parecendo, por vezes, que Lula era sempre "o personagem principal" da estratégia de marketing construída. Com essa pré-campanha tão tendenciosa, não é difícil concluir que Dilma foi eleita, única e exclusivamente pelo fato de ter sido vendida como um subproduto de sucessão da gestão Lula. O fato de Lula ser uma figura tão carismática, e mundialmente popular, tendo até sido chamado de "o cara" por Barack Obama, deu a Lula a chance de "vender o produto que quisesse". Portanto o discurso de Dilma em si, ficou em segundo plano, o fator que mais motivou sua chegada à presidência foi a presença de Lula e seu apoio à candidata. Não se pode negar que a influência de Lula, tal como um garoto propaganda, levou boa parte da população em depositar seu voto numa figura até então desconhecida.

Apesar dos prós e contras, Dilma foi eleita a primeira presidenta a ocupar a cadeira da Presidência da República. Em seu emocionado discurso de posse, pode-se analisar que ao contrário do que foi vendido na campanha, Dilma em pouco se assemelha com seu mentor, ao menos no que se diz respeito às palavras ditas durante a cerimônia. Em análise do Canal de notícias iG, que montou uma "nuvem de palavras" com as palavras mais enfatizadas tanto no discurso de Dilma como o de Lula ao tomar posse de seu primeiro mandato, pode-se notar uma perceptível mudança de visão entre os dois presidentes. No discurso de Lula, as palavras mais frisadas são "companheiro", "sonho", "fazer", "fome" e "povo". Já no discurso de Dilma, as palavras com mais ênfase no discurso são "investimento", "qualidade", "política" e "força". Aparentemente, o discurso da presidenta é mais pé-no-chão, mais realista do que o de seu antecessor.

Ao longo da história, vemos que normalmente os discursos de posse são mais diretos e autênticos do que os discursos de campanha, embora ainda venha com alguns elementos que tem como objetivo, de certo modo, agradar a todos. Pode-se perceber a autenticidade finalmente revelada de Dilma pelos temas expostos em seu discurso, que, como já dito anteriormente, são mais realistas e voltados para o que é possível fazer, já que via de regra, todos os presidentes empossados buscam explorar nesse diálogo inicial com a nação, o "país dos sonhos", não o país que será efetivamente construído. Dilma mencionou, 3 vezes em seu discurso, que ela iria “gerar oportunidades”. “Gerar oportunidades” significa dar educação, estabilidade econômica, juros baixos, gerar empreendorismo. Gerar oportunidades significa, segundo a já manjada frase diz: "Ensinar a pescar, não dar o peixe pronto". Essa talvez seja uma guinada não só de governo, mas também de visão político-ideológica, já que a maioria dos partidos de esquerda com os quais o PT faz aliança, tendem a defender mais a distribuição de renda do que a criação de oportunidades para que seu povo construa, pela livre iniciativa, melhores condições de vida. Dilma enfatiza bastante essa questão, dando a entender que seu governo será, efetivamente falando, mais Liberal que o governo Lula.

Dilma também citou o advento da Nova Classe Média, uma classe liberal por excelência, a classe do Profissional Liberal, que o próprio nome indica. Um grande erro de José Serra, em sua campanha, foi não se colocar a disposição da Nova Classe Média, não levando em consideração que uma boa parcela do poder de voto se concentra nessa classe. Enquanto seu partido pensa em se refundar, o PT se reformula para não ser apenas o Partido dos Trabalhadores, e ser sim o representante dessa nova classe que emerge na sociedade brasileira. Esta estratégia da Dilma é politicamente inteligente, e pelo seu discurso, se pode notar que o governo será voltado não somente, mas principalmente para as necessidades da classe média.

Ainda no âmbito econômico, Dilma falou da geração de empregos criados, da taxa de crescimento “a ritmo chinês”, e sobre a independência do Fundo Monetário Internacional, do qual o Brasil atualmente é credor. Dilma também citou os “traumas” que o povo brasileiro tem com a inflação: “Já faz parte de nossa cultura recente a convicção de que a inflação desorganiza a economia e degrada a renda do trabalhador. Não permitiremos, sob nenhuma hipótese, que esta praga volte a corroer nosso tecido econômico e a castigar as famílias mais pobres”.

A presidenta eleita também falou do pré-sal, e disse que irá se empenhar para que o Congresso aprove o marco regulatório do setor. "Trabalharei no Congresso para a aprovação do Fundo Social do pré-sal e do marco regulatório do modelo de partilha do pré-sal", disse. Dilma também se comprometeu, a distribuir de maneira justa, toda a riqueza que será gerada pelo pré-sal: "Não alienaremos nossas riquezas para deixar ao nosso povo só as migalhas", triste fato que acontece com a maioria das riquezas geradas no país, aonde poucos ficam com muito e muitos ficam com pouco, ou quase nada.

Ao falar da oposição, a presidenta eleita agradeceu a seus eleitores e àqueles que votaram em seu adversário José Serra: “Eles também fizeram valer a festa da democracia. Estendo minha mão a eles. De minha parte, não haverá discriminação, privilégios ou compadrio", afirmou ela, lembrando a política de José Alencar, o qual sempre apoiou e encorajou o diálogo com a oposição. Dilma também prometeu "zelar pela mais ampla e irrestrita liberdade de religião e liberdade de culto" no país.

Durante a campanha, Dilma foi acusada por José Serra de mudar de posição quanto à legalização do aborto, e o assunto logo se transformou na principal discussão do segundo turno. Devido a sua mudança de opinião, também afirmada no discurso, quando ela diz que “levará ao debate público as grandes questões nacionais”, Dilma perdeu votos para o eleitorado evangélico/católico, que se posicionam totalmente contra a legalização do aborto.

Em seu discursso, Dilma disse que não exaltaria sua própria biografia. Porém não se pode negar que a presidenta tem história marcante. Passou pela luta contra a ditadura, foi presa, torturada e tudo o mais do pacote básico das violentas ditaduras na América Latina. Sobreviveu não só no que diz respeito à vida mesma, mas também na capacidade de superar e constituir uma sólida carreira profissional e política. Chegou ao Palácio do Planalto com mais de 55 milhões de votos. "Recebi de milhões de brasileiros e brasileiras talvez a missão mais importante da minha vida, e esse fato, para além da minha pessoa, é uma demonstração do avanço democrático do Brasil, porque pela primeira vez uma mulher presidirá o Brasil". Entretanto, o fato de ser mulher e estar na presidência é sim um fato inédito, porém não é o mais relevante. O que interessa é o que a presidenta efetivamente fará em prol do povo brasileiro.

Completaram-se mais de 100 dias desde que Dilma assumiu o poder. Durante esses cem dias, a presidenta aprovou o novo mínimo, recebeu o presidente norte-americano Barack Obama, se emocionou, assim como todos os brasileiros pelo massacre em Realengo, visitou e assinou acordos na China, dentre outros fatos. Dilma dá sinais de continuidade em algumas áreas como o combate à pobreza e no estreitamento dos laços com países latino-americanos, mas demonstra mudanças em relação ao governo Lula, como, por exemplo, no posicionamento frente à situação dos direitos humanos no Irã.

Ao longo deste pequeno período de governo, pode-se notar que Dilma, não só no discurso político, mas em sua gestão, não é apenas uma marionete do ex-presidente Lula. Segundo a revista Isto é, Dilma já conta com 73% de popularidade. A presidenta, mais discreta e sutilmente que seu mentor, também está construindo seu espaço, mostrando seu pulso firme ou suas "emoções femininas", conforme manda a ocasião. A cada dia de mandato, vai ficando mais claro que Dilma não é projeto apenas para 4 anos de governo. E pelo andar da carruagem, não é pouco provável que ela falhe ao tentar um segundo mandato. Porém, para este nível de reflexão ainda é muito cedo para falar e tirar conclusões. Aguardemos...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Rockpédia FM

Deixando os livro um pouco (mas só um pouco) de lado, e partindo para música, que é outro assunto que me agrada muito, deixo aqui uma dica bem legal pra quem gosta do bom e velho Rock n Roll.
A Rockpédia FM, é uma rádio online que tem uma proposta bastante inovadora, e se diferencia das mesmices que as tradicionais rádios fms e as outras rádios da Web oferecem.
Aqui a idéia não é só ouvir o som, mas também conhecer a biografia da banda e curiosidades interessantes dos nossos ídolos, funcionando não só como uma rádio, mas como uma verdadeira enciclopédia do rock.

Além da excelente programação, que é segmentada e variando os sub-gêneros do rock de acordo com o dia da semana, a rádio também te deixa por dentro dos melhores shows que rolam na cidade.
Pra quem ficou curioso, basta dar uma clicada pra saber do que eu estou falando:









 E vamo dá uma força que o dono dá rádio é namorado da dona do blog, hehehe...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ainda no teto - Gibiteca Henfil, Centro Cultural SP

Uau! Quanto tempo não dou as caras por aqui. Pois é, que disse que vida de trabalhadora, estudante e namorada é fácil? Eu tento, mas ainda é um pouco difícil conciliar todas essas coisas, num período de tempo que eu julgo ser demasiado pequeno pela importância que cada uma delas têm, especialmente as duas últimas ^^.
Mais diícil ainda é conseguir tempo para me dedicar aos meus hobbies, especialmente a literatura... Acho que esse está sendo o período mais seco da minha vida nesse aspecto. No entanto entendo que são, como dizem, ossos do ofício. Não se pode ter ou fazer tudo, e como eu tento me convencer: não se pode ler tudo...


Entre uma visitinha e outra no Centro Cultural São Paulo (CCSP), localizado na Vergueiro, bem pertinho de onde eu estudo, resolvi conhecer a Gibiteca localizada no espaço. Eu sinceramente me surpreendi com o acervo. São mais de 10 mil títulos, de diversos gêneros e estilos, para todos (todos mesmo) os gostos. Pra quem curte as HQ's americanas, lá é quase o paraíso. Está repleta de obras do Frank Miller (Sin City, V de Vingança), Allan Moore (Watchmen), entre outros. Também tem grandes nomes dos quadrinhos nacionais, como Henfil (do clássico Fradim), que dá nome à gibiteca. Dentre outros nomes significativos que vi na minha "visitinha" estão: Katsuhiro Otomo (Akira), Art Spiegelman ("Maus", eu já reservei um pra mim ^^), Neil Gaiman (Sandman), e os meus amados Calvin e Haroldo (de Bill Watterson) e Mafalda (de Quino).

No entanto, para o meu gosto pessoal, a parte reservada aos mangás ainda é pequena, muitos títulos importantes dos quadrinhos japoneses ainda fazem falta. Porém bons títulos marcam presença, e para quem ainda não mergulhou de cabeça no mundo dos otakus, são ótimas sugestões para não perder mais tempo: Buda, Adolf (Ozamu Tezuka), Vagabond (baseado nos livros "Musashi") e os sempre eternos Cavaleiros do Zodíaco.





Pra quem ficou com água na boca, e agora está alucinado para visitar o lugar, seguem algumas informações:

- Horário de funcionamento: de terça a sexta, das 10h às 20h; sábados, domingos e feriados (exceto Carnaval e Páscoa), das 10h às 18h. A entrada é permitida até 30 minutos antes do fechamento.
- Contato: 3397-4090 ou pelo email
gibiteca@prefeitura.sp.gov.br

- Como chegar: Descer na estação Vergueiro do Metrô (linha azul). Depois da catraca, subir as escadas do lado direito. Prontinho!

Espero que a dica ajude!




Desabafo: O que precisamos nesse país, além de uma econômia forte e de uma reforma política, é que o povo tenha acesso a cultura. Quem lê, descobre um novo mundo, e consegue enxergar as coisas "além do seu jardim". É importante construir uma nação de leitores. A leitura tem o poder de nos transformar em águias. A alienação e o conformismo (no verdadeiro sentido da palavra) nos fazem apenas seres mecânicos, sem uma visão profunda do que essa loucura chamada "vida" representa.

E por hoje é só!

Té mais! :D

sábado, 6 de março de 2010

Violino - Anne Rice

Violino, pra mim, foi uma novidade em vários aspectos. Primeiro, foi um dos poucos livros que me dei ao trabalho de comprar numa livraria, já que sou adepta desde que me entendo por leitora, a comprar os livros de meu interesse nos sebos. O livro, que foi editado pela Editora Rocco, tem uma capa belíssima, com a imagem de São Sebastião retratado pelo pintor italiano Reni Guido, e este foi sem dúvida um dos aspectos que me fizeram, mesmo desempregada na época, a pagar 40 reais no livro, além, claro, do interesse ferrenho que sempre tive de ler as obras de Anne Rice, já que este também foi o primeiro livro da autora que tive a oportunidade de ler.

Achei o prólogo do livro sensacional. Não sabia distinguir se o prólogo era narrado pela propria Anne Rice ou por sua heroína, Triana, já que as duas se “parecem“ tanto em diversos aspectos, inclusive fisicamente. Mas neste prólogo, Anne despeja o conteúdo principal do seu romance: a música clássica, que é o único consolo na vida Triana, uma mulher marcada pela dor da perda. Humildemente, acho impossível que um fã de música clássica leia este livro e não se emocione, e não compartilhe de alguma maneira as agonias vividas por Triana ao longo da história. Anne Rice descreve de maneira única as canções de Beethoven, Mozart e Tchaikovsky, relacionando-as com a personalidade dos compositores.
E a paixão de Triana pela música, fica ainda mais evidente quando Stefan, o fantasma violinista, começa a usar da música que Triana tanto ama, para leva-la a loucura. A história é cercada por sentimentos de angústia, arrependimentos e supostos assassinatos, que assolam a mente de Triana ao longo do romance.


Gostei do livro, mas confesso que fiquei um pouco decepcionada. É claro, é o primeiro livro da Anne Rice que li, e segundo pesquisei, este realmente não é considerado o melhor romance da autora. Achei ótima a maneira como ela empregou cada canção de acordo com o momento vivido por Triana, e aliás, a vida de Triana é uma tremenda loucura, e por si só, já daria um ótimo livro. Mas, em contrapartida, o personagem Stefan, poderia ter sido melhor aproveitado. Levando em consideração que ele é um fantasma, e tem mais de 100 anos, a sensação que tive é que ele é imaturo, chato, sem carisma nenhum pra ser um dos personagens principais da história. Talvez isso tenha dado um certo charme a história, mas acho que Triana merecia um fantasma um pouco mais carismático para acompanhá-la em sua via-crucis.

Bom, e é isso. Apesar da leve decepção, lerei outros livros da Anne Rice. Afinal, é um erro julgar um autor por um único título. Mas agora, vou tentar garimpar nos sebos.

Boa semana a todos os readers!!!
Take Care!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Socrates in Love – O amor sobrevive ao tempo



São muitas as histórias de romances açucarados dignos de novela das 8 na literatura japonesa, mas são poucos os títulos que apresentam alguma qualidade literária, com conteúdo suficiente para emocionar seus leitores de uma maneira que não seja apenas superficial. Felizmente, o best-seller japonês na versão mangá “Socrates in love” faz parte deste seleto grupo de romances consistentes adaptado para os quadrinhos. Baseado na obra “Sekai no Chuushin de Ai wo Sakebu” do premiado autor Kyoichi Katayama, o livro conta a história amor de dois adolescentes japoneses, que descobrem juntos a intensidade do primeiro amor, mas são inesperadamente separados por uma tragédia.As belíssimas ilustrações do mangá são da ilustradora e roteirista Kazumi Kazui. Dona de um traço sensível, porém contundente, é praticamente impossível não se emocionar com as alegrias e tristezas vividas pelos jovens Aki e Sakutarô. Segundo a ilustradora, ela mesma se comoveu ao desenhar a segunda parte do mangá, e sua emoção é facilmente perceptível em cada traço da história.Vale ressaltar que a adaptação para mangá contou com a colaboração do próprio Kyoichi Katayama, autor original da história. Por isso, o conteúdo do mangá é em sua totalidade fiel ao conteúdo do livro.

Curiosidade: Sócrates in Love é o título original que o autor deu ao livro, mas por diversas razões foi lançado com outro nome no Japão. Ele se inspirou no livro “What is Philosophy? (O que é Filosofia) no qual os autores Gilles Deleuze e Felix Guattari afirmam que “o amor é uma forma de violência que obriga as pessoas a pensarem”. Este lema pode ser percebido de diversas maneiras em quase todas as situações e dilemas vividos por Sakutarô no romance.